Reflexões, questionamentos e provocações para quem não quer ver só a vida passar.
O sonho em que éramos vistos

Sonhei que estava em uma rua desconhecida… Olhei ao redor procurando um nome, uma placa, algum indício. Levei a mão ao bolso, por instinto, em busca do celular. Não estava ali. E o mais curioso: isso não me preocupou. Eu estava calma. Me deixei guiar pelo entorno. Pela primeira vez em muito tempo, não saber…
Quando o cuidado virou serviço

Antes de Freud, do divã e das palavras — já havia regulação, vínculo e cura Eu sempre gostei de conversar minhas angústias com os amigos mais próximos. Era nesse espaço que eu me sentia acolhida e escutada.Até que um dia, compartilhei com um amigo algumas dores da minha relação com a minha mãe.Ele me interrompeu,…
Fake it until you fake it

Quando a performance se torna o próprio fim, o eu se esvazia. Debord e Byung-Chul Han ajudam a entender por que estamos exaustos e o que talvez ainda possa ser resgatado.
O berço e o começo do mal-estar

Durante milhões de anos, bebês dormiram no corpo de seus cuidadores. Hoje, dormem em berços. Conduzidos por carrinhos. Separados cada vez mais cedo — não por necessidade, mas por cultura. Neste texto, reflito sobre como a infância moderna se afastou do vínculo instintivo e como isso ecoa no nosso mal-estar adulto.
Acordar no Meio da Madrugada

Descobri que meu corpo não falha ao acordar de madrugada — ele só lembra de como dormíamos antes da culpa, da luz elétrica e do silêncio forçado.